Governo prepara ações contra médicos que promovem teorias antivacina
Ministério da Saúde articula medidas legais para enfrentar profissionais que comercializam conteúdos sobre síndrome sem base científica
O Ministério da Saúde informou que iniciará, a partir desta segunda-feira (17), ações jurídicas contra médicos que divulgam e vendem tratamentos relacionados à chamada “síndrome pós-spike”, teoria sem comprovação científica que associa doenças crônicas às doses de reforço contra a Covid-19. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, após ele repercutir no X uma reportagem do Estadão que detalha a oferta de medicamentos, cursos e consultas associados ao tema.
Padilha afirmou que trabalha em conjunto com o advogado-geral da União, Jorge Messias, para adotar medidas contra a circulação de conteúdos que desinformam sobre vacinas. Em publicações na rede social, o ministro declarou que o governo não tolerará práticas negacionistas e que buscará responsabilizar quem, segundo ele, coloca a população em risco enquanto obtém lucro com informações sem base científica.
De acordo com o Estadão, os profissionais investigados oferecem protocolos não reconhecidos pela comunidade científica, além de cursos que chegam a R$ 685 e consultas privadas de até R$ 3,2 mil. A tese defendida pelos médicos atribui supostos efeitos prolongados à proteína spike, usada nas vacinas de RNA mensageiro para estimular a resposta imune. Em nota divulgada em agosto, o Ministério da Saúde reiterou que essa hipótese é falsa.
A CNN Brasil informou ter buscado posicionamento oficial da pasta sobre as medidas em preparação, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.